sexta-feira, setembro 24, 2004

Nao sei ...

FOLHA CAÍDA

Apanha-me do chão, Sou uma folha caída. Agarra-me a mão E puxa-me da descida. Corta o meu cordão Sem cortares a saída. Não sei se quero, ou não, Seguir sem ti nesta vida. Capta os meus sentidos, Toca-me com cuidado, Caminhos perdidos Sofrimentos assumidos Têm, sem ter caminhado, O caminho dos metidos Com o seu próprio fado. Vem para o meu ermo, Dá-me luz e felicidade. Não me dês meio termo, Dá-me antes a verdade. Eleva depois este enfermo, Mostra-lhe a realidade. Não encontro o termo, Nem a sua liberdade. Estou perdido no sonho, Não me consigo encontrar, É tudo tão medonho, Até o medo foi chorar. Deixou este tristonho Sem saber o que pensar, E levou, o que suponho Ser, a escada para voltar. Afinal de contas não sei Se realmente quero viver. Diz-me se alguma vez lutei Para não continuar a morrer. Diz-me que o que escutei Não me ajuda a escrever, E que tudo que eu amei Não vai continuar a desaparecer.


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