"Só existe mentira quando a verdade é prometida.
E tu em cada palavra escrita prometes…, prometes e condenas…, condenas-me a liberdade."
E tu em cada palavra escrita prometes…, prometes e condenas…, condenas-me a liberdade."
“Começou por falar naquilo a que chamava o falado do eu, e das razões que começam por levar as pessoas a quererem abandonar o seu eu.
«Porque é que essa vozinha obstinada dentro das nossas cabeças nos atormenta dessa maneira?» disse ele, olhando à volta da mesa. « Não será por nos recordar que estamos vivos, a nossa mortalidade, as nossas almas individuais – a que, ao fim e ao cabo, temos demasiado medo de renunciar e no entanto são o nosso maior motivo de sofrimento? Mas não é muitas vezes a dor também uma forma privilegiada de tomarmos consciência do nosso próprio eu? É uma descoberta terrível a que fazemos em crianças que nada nem ninguém dói juntamente com a nossa boca escaldada ou joelhos esfolados, que as nossas dores e sofrimentos são só nossos. Mais terrível ainda é constatar, à medida que envelhecemos, que ninguém, por mais querido que nos seja, poderá alguma vez compreender-nos verdadeiramente. Os nossos eus fazem-nos terrivelmente infelizes, e é por isso que estamos sempre tão ansiosos por os largar, não acham?
[…] «E como é que nós podemos largar este nosso eu demencial, largá-lo completamente? Através do Amor? Sem dúvida, mas como o velho Céfalo um dia ouviu dizer a Sófocles, poucos de nós sabem como o amor é um mestre cruel e terrível. Uma pessoa perde-se em nome do outro, mas ao fazê-lo deixa-se subjugar pelo mais caprichoso de todos os deuses. Através da Guerra?
[…] «A morte é a mãe da beleza.»
«E o que é a beleza?»
«O terror.»
«E se a beleza é terror», «então, o que é o desejo?»
«Viver!» ... para sempre
Tudo o que achamos belo, faz-nos estremecer. E o que haverá de mais aterrador e de belo, para almas como as gregas e as nossas, do que perder totalmente o controlo? Livramo-nos dos grilhões do ser por instantes, estilhaçamos o acidente do nosso eu mortal?
[...] Nessa noite escrevi no meu diário: «Agora as árvores são esquizofrénicas e começam a perder o controlo, enraivecidas perante o choque das suas cores novas e pungentes [de Outuno]. Alguém - Van Gogh, talvez? - disse que o laranja é a cor d insânia. A beleza é o terror. Queremos ser devorados por ela, escondermo-nos nesse fogo que refina.»"
«Porque é que essa vozinha obstinada dentro das nossas cabeças nos atormenta dessa maneira?» disse ele, olhando à volta da mesa. « Não será por nos recordar que estamos vivos, a nossa mortalidade, as nossas almas individuais – a que, ao fim e ao cabo, temos demasiado medo de renunciar e no entanto são o nosso maior motivo de sofrimento? Mas não é muitas vezes a dor também uma forma privilegiada de tomarmos consciência do nosso próprio eu? É uma descoberta terrível a que fazemos em crianças que nada nem ninguém dói juntamente com a nossa boca escaldada ou joelhos esfolados, que as nossas dores e sofrimentos são só nossos. Mais terrível ainda é constatar, à medida que envelhecemos, que ninguém, por mais querido que nos seja, poderá alguma vez compreender-nos verdadeiramente. Os nossos eus fazem-nos terrivelmente infelizes, e é por isso que estamos sempre tão ansiosos por os largar, não acham?
[…] «E como é que nós podemos largar este nosso eu demencial, largá-lo completamente? Através do Amor? Sem dúvida, mas como o velho Céfalo um dia ouviu dizer a Sófocles, poucos de nós sabem como o amor é um mestre cruel e terrível. Uma pessoa perde-se em nome do outro, mas ao fazê-lo deixa-se subjugar pelo mais caprichoso de todos os deuses. Através da Guerra?
[…] «A morte é a mãe da beleza.»
«E o que é a beleza?»
«O terror.»
«E se a beleza é terror», «então, o que é o desejo?»
«Viver!» ... para sempre
Tudo o que achamos belo, faz-nos estremecer. E o que haverá de mais aterrador e de belo, para almas como as gregas e as nossas, do que perder totalmente o controlo? Livramo-nos dos grilhões do ser por instantes, estilhaçamos o acidente do nosso eu mortal?
[...] Nessa noite escrevi no meu diário: «Agora as árvores são esquizofrénicas e começam a perder o controlo, enraivecidas perante o choque das suas cores novas e pungentes [de Outuno]. Alguém - Van Gogh, talvez? - disse que o laranja é a cor d insânia. A beleza é o terror. Queremos ser devorados por ela, escondermo-nos nesse fogo que refina.»"
Para ti ... onde perdura o teu eu ...
... que não é meu.
Só o amor nos compete.
... que não é meu.
Só o amor nos compete.
"Um livro em branco é a maior lição."
3 comentários:
Não me perguntem nada. Vi que as coisas quando buscam seu curso encontram seu vazio.
Federico García Lorca
Talvez um dia as palavras tomem a forma de um abraço...
Nunca te escribo porque siempre me quedo parada en tus palabras.
Me gusta lo que cuentas..y te leo.
Un saludo
nao me canso desse livro, tem passagens de outro mundo, a escrita qe nos faz sonhar e entrar num mundo só nosso ... como um livro nos pode afectar tanto ? estou a ler novamente o livro e digo-te qe volto a aprender novas coisas em cada pagina qe passo...
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