Na cena inicial do filme, (Camile) e (Paul) estão na cama, e enquanto a câmara percorre as formas nuas da então imagem por excelência da França, ela pergunta ao esposo-amante se ama cada parte do seu corpo. Recorrendo a efeitos luminosos o espectador tem a sensação da passagem do tempo, como se ao longo de todo o tempo Camille se certificasse que Paul ama cada pedaço de si para concluir que a ama por inteiro. Quando o amor se acaba, dá lugar a um profundo desprezo. Desprezo de Camille por um marido ausente, desprezo de Paul por uma mulher enfadada por se ousar rebelar contra um papel de usada que acabou por desempenhar de livre-vontade. Desprezo por um sistema hollywoodesco onde tudo parece ser comprável. O profundo golpe de uma história de amor talvez não nasce afinal do seu fim mas do que não se diz, não se explica e não se compreende.
Mas como diz Camille, "C'est la vie!".
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