Gostava que da minha janela, se visse o verde da ramagem de uma árvore que nasce onde eu adormeço. Gostava que da minha janela, se sentisse a brisa ao de leve na minha pele nua na cama e me transportar-se para o êxtase do movimento. Gostava que num suspiro o ar me enchesse o vazio em mim e me ocultasse a vergonha de não ter frestas abertas para o que resta de ti. Não há sonho que não seja levado na infinidade do tempo. Tudo é real até acordarmos. O que existe às costas do vento que nos faz segui-lo cegamente em pântanos misericordiosos pelos nossos pecados? Lava-me a alma em segmentos curtos de anestesias incólumes [imaculadas]. O frio és tu, ainda que, se um dia nunca chegares. Calor, é a parede encostada em mim, ainda que, transformada em pedra. Perfeito era a árvore nascer onde eu adormeço. Perfeito era o sonho ainda ser meu quando acordasse.
Raquel.Fernandes
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