domingo, maio 20, 2007

Man Ray



Quem foi que à tua pele conferiu esse papel de mais que tua pele ser pele da minha pele
David Mourão Ferreira

domingo, maio 13, 2007

2x1

Um dois em Um ... 2x1
Retirei estes dois posts do site da Andreia. Espero que não te importes, mas achei que o que escreveste chega para o que eu simplesmente... queria dizer.

"Corro para ti todos os dias...e não há desporto que mais me encha de alegria do que a maratona que é contar-te o meu dia, ouvir-te falar do teu, estar contigo, dizer-te não-verbalmente, em linguagem gestual, corporal, que gosto de ti o tanto que eu nem sabia ser capaz de gostar."
"Podemos estar cercados por pessoas que nos adoram incondicionalmente, que o repetem e demonstram a toda a hora. Mas a nossa personalidade é moldada pelo desejo de agradar àquela pessoa que, não importa o que façamos, terá sempre uma crítica a apontar."

Vazio/Cheio

A onde nos leva a contradicão da Evidencia?

When enough is enough?

No meu ser extremista, pergunto-me muitas vezes, a modo de bom senso:
“será que estou a exagerar?”.
Não é fácil ser eu. Talvez julgando que mais difícil seria ser tu, ou tu, e tu [?]
O limite das coisas é sempre uma linha ténue. Difícil de encontrar na hora certa.
A interjeição “opps” vem depois. A consciência volta. Já mais tarde, por vezes.
Encontrámos a linha! Frustração...
O que é que está a mais e a menos? A quem cabe o juízo de avaliar uma coisa destas? Quando é que o more é less, e/ou o less é more? Eu não sei de certeza. Julgo que isso vem ao gosto de cada um. Não será?!
Caos colectivo da subjectividade. Venham as massas discordantes, e o caos teórico das palavras. Venham, venham, panóplia de opiniões em véus disfarçados de nada. Vazio, diria.
Ás vezes mais valia estarem calados. As palavras eram feias.
O artifício, a maior arma do ser postiço, é aquela que mais combate a estética.
O que é belo? Como é que se vê? Como é que se olha? Como é que se descobre a beleza no caos? É o caos belo? É o natural belo? E o artifício?!
Quando é que o nada é melhor que o tudo ou que o algo?
O importante é descobrir o limite. Sim, o limite para o qual qualquer acção deve parar e respeitar.
Vê!
Afasta.
Observa.
Está óptimo!
A leitura faz-se sempre ao longe, mas a interpretação faz-se de perto. Perto do objecto, da verdade das coisas. Sentir o arrepio das coisas com a nossa presença é identifica-la na sua beleza, na sua essência.
O limite é o vazio de nada num cheio de tudo; é o cheio de nada num vazio de tudo.
Venha o modo de Ver! A vista chega sempre antes das palavras. A criança vê antes de falar. Cala-te!
Desperdício...
Olha, invés!
Escolhi estas duas imagens. Montei-as num esquema.
A primeira: ausência do que nos falta. É sempre um “nothing” quando se precisa de um “something”. É a verdade da carência do Homem. É belo ser-se carente? E Vazio? E ser-se sozinho? É belo? Há quem goste da solidão. Mas o Homem não foi feito para ser sozinho, e existir apenas em si. Estar vazio, não é belo... Mas pode trazer beleza. A tristeza cria, a solidão edifica babilónias de arte. A necessidade de criar a beleza nasce do vazio. Até onde está o limite do vazio em nós para a criação? Isso é afastarmo-nos dos outros? É sermos nada?
É o vazio belo porque nos faz elevar torres de perfeição genuínas?
E o artificio? Representado na segunda imagem, será o artificio “algo” que está a mais? Ou não?! Quando é que o natural é necessariamente belo?
Bem, e eu? Quando é que eu sei que o que digo chega e basta para ser suficiente para ser ouvido e correcto aos outros? E o que eu faço? É suficiente ou é preciso mais? Ou menos?
Deixo em aberto, ou não seria isto tudo um jogo de tudos e nadas ao gosto de cada um no tabuleiro do Universo do Caos.