terça-feira, janeiro 30, 2007

Arquitectura selectiva

Conseguir um lugar ao sol no mundo da arquitectura mnão é fácil. A cunhacracia impera e os ordenados não são aliciantes. Para não fugir à regra, as mulheres são as mais prejudicadas.
A maioria entra na profissão graças aos seus conhecimentos pessoais, ganha menos de 2000 euros (brutos) e as mulheres estão ainda pouco representadas, pois o acesso à actividade é "muito selectivo e socialmente muito fechado". Estes são alguns dos traços gerais que sobressaem de um estudo recente sobre a profissão de arquitecto feito com base nas respostas de 3200 profissionais desta área, elaborado por uma equipa coordenada pelo sociólogo Manuel Villaverde Cabral, do Instituto de Ciências Sociais.
Todos os anos entram no mercado 1000 novos arquitectos, licenciados nas 13 faculdades estatais e privadas que existem de norte a sul do país. As notas de acesso às universidades públicas, nomeadamente as faculdades de Arquitectura da Universidade Técnica de Lisboa e da Universidade do Porto (em 2005, a nota mínima de entrada nas duas escolas foi, respectivamente de 17,7 e 18,1) só são comparáveis às notas de entrada em Medicina. Apesar da procura do curso, o mercado de trabalho não está fácil, como lembra a bastonária da Ordem dos Arquitectos, Helena Roseta. "Este inquérito revelou que esta é uma classe muito jovem — mais de metade do número total de arquitectos têm menos de 35 anos —, marcada por uma grande insatisfação. Têm grande dificuldade em ingressar no mercado de trabalho. Por isso, é urgente dar mais oportunidades a estes profissionais. O plano tecnológico, por exemplo, só foi pensado para os engenheiros e os gestores, deixando os arquitectos de fora", lembra. Mas não só. Também o polémico decreto 73/73 que permite a outros profissionais como projectistas ou desenhadores civis assinarem projectos de arquitectura limita ainda mais as ofertas de trabalho dos arquitectos. "Temos, no entanto, o compromisso público do ministro do Ambiente de que, pelo menos esta questão, ficará resolvida ao longo deste ano", sublinha Helena Roseta. A obtenção do primeiro emprego através de anúncio, de um centro de emprego ou de concurso público tem assim, uma baixa expressão, estimando-se mesmo que "metade, porventura mais, dos arquitectos actualmente em exercício entrou na profissão através dos seus conhecimentos pessoais: pela mão de um professor, familiar amigo ou colega". Verifica-se, aliás, que perto de "um quarto dos actuais arquitectos possui relações familiares próximas dentro do corpo profissional da arquitectura, o que aponta para a existência não só de dinastias como também de clãs profissionais" . A arquitectura surge ainda como um curso de recrutamento social elevado, onde 50% dos pais destes licenciados possui um diploma no ensino superior. Este nível só é ultrapassado pelo dos médicos, já que perto de 60% dos pais dos licenciados em medicina têm também eles um grau superior de educação. Além do fechamento social da profissão, este é ainda um "universo prevalentemente masculino". Só nos últimos cinco anos, as mulheres estão a conseguir atingir a paridade nas faculdades, mas ainda não vão além dos 35,5% no número total de licenciados em arquitectura, que ronda os 15 mil profissionais. "O ritmo de feminização da arquitectura tem sido, pois, mais lento do que o de outras profissões liberais como a advocacia (no universo dos advogados inscritos na Ordem 45,6% são mulheres) e a medicina (47,3% dos inscritos na Ordem dos Médicos são mulheres)" , realça o estudo. Mas não só. Além da sua ainda fraca representatividade, as mulheres ganham ordenados inferiores aos dos seus colegas do sexo masculino: 50% das inquiridas declararam receber menos de 1000 euros mensais brutos, enquanto apenas 37% dos homens estão nesta categoria. "Os homens também participam mais em concursos do que as mulheres (14 pontos percentuais de diferença) e são praticamente o dobro delas (23% contra 12%) a ganhar prémios", acrescenta-se no documento. Isto apesar das arquitectas se distinguirem por frequentarem mais as pós-graduações académicas (33,3% contra 27,1%) e os cursos de especialização e formação profissional disponíveis (54% contra 48% dos seus pares masculinos). A questão remuneratória, apesar de prejudicar mais o sexo feminino, revela-se francamente negativa no geral, pois 80% dos arquitectos aufere, em média, até 2000 euros mensais. Valores brutos. Apenas 10% declararam rendimentos superiores a 3000 euros mensais brutos pela sua ocupação. Não é por isso de espantar que 75% dos inquiridos se tenham declarado insatisfeitos com os seus rendimentos.

Artigo Publicado no Expresso

Arquitectos ...


Noticia do jornal Público em 18.01.2006

Proposta do Governo terá de ser aprovada na Assembleia.
Ministro das Obras Públicas:projectos de arquitectura só para arquitectos no prazo de cinco anos.
O Governo aprovou hoje uma proposta de revisão do regime sobre aqualificação exigível em obras, prevendo que, após um período detransição de cinco anos, a elaboração de projectos de arquitectura seja apenas da responsabilidade de arquitectos. Em conferência de imprensa, o ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, Mário Lino, afirmou que a proposta do Governo, que terá ainda de ser aprovada na Assembleia da República, "já teve em linha de conta as posições das ordens dos Arquitectos, Engenheiros e dos representantesdos agentes técnicos". Pela lei ainda em vigor, que data de 1973, alguns agentes técnicos podem assinar projectos de arquitectura – facto que tem sido contestado pela Ordem dos Arquitectos e que já motivou a aprovação de uma petição popular na Assembleia da Repúblicaa exigir novas regras. De acordo com Mário Lino, após a aprovação do diploma na Assembleia da República, haverá um período de transição decinco anos para aplicação das novas regras de qualificação em termos de responsabilidade de obras. "Trata-se de um período razoável deadaptação", disse o ministro, adiantando que as novas regras abrangerão as obras públicas e as "privadas com inserção urbanística". Espaços exteriores só para paisagistas. Além do caso da arquitectura, aproposta prevê que os projectos de engenharia sejam apenas assinados por engenheiros e engenheiros técnicos, e que os projectos de espaços exteriores sejam somente da responsabilidade dos arquitectos paisagistas. O diploma impõe também a exigência de qualificação emoutros sectores de actividade na esfera das operações urbanísticas, casos das funções de coordenação do projecto, de fiscalização e de direcção de obra. Na elaboração do projecto, segundo o Governo, terá de se verificar "a existência efectiva de uma equipa de projecto, a quem incumbe elaborar todas as peças escritas e desenhadas, actuando sob orientação de um coordenador de projecto". "Este diploma é uma peça central do edifício legislativo para a modernização do sector da construção", sustentou Mário Lino no final da reunião do Conselho de Ministros. Neste contexto, o ministro salientou que a principal metapolítica do Governo é tornar o sector da construção "mais transparente e competitivo, com melhor qualidade e com maior responsabilização dos seus agentes".

segunda-feira, janeiro 22, 2007

...

Refugio-me na solidão de me afastar do que me deu a mão; do que me faz triste, do que me nega o coração. Perco-me nos dias e morro sem sentir nas verdades escondidas ... o infinito de um perdão. Vou fugir sozinha ... o poder de dizer-me adeus.

terça-feira, janeiro 16, 2007

Quando o amor se acaba ...

Quando o amor se acaba ...

Na cena inicial do filme, (Camile) e (Paul) estão na cama, e enquanto a câmara percorre as formas nuas da então imagem por excelência da França, ela pergunta ao esposo-amante se ama cada parte do seu corpo. Recorrendo a efeitos luminosos o espectador tem a sensação da passagem do tempo, como se ao longo de todo o tempo Camille se certificasse que Paul ama cada pedaço de si para concluir que a ama por inteiro. Quando o amor se acaba, dá lugar a um profundo desprezo. Desprezo de Camille por um marido ausente, desprezo de Paul por uma mulher enfadada por se ousar rebelar contra um papel de usada que acabou por desempenhar de livre-vontade. Desprezo por um sistema hollywoodesco onde tudo parece ser comprável. O profundo golpe de uma história de amor talvez não nasce afinal do seu fim mas do que não se diz, não se explica e não se compreende.
Mas como diz Camille, "C'est la vie!".

As voltas do mundo ... no retorno ao seu início

André Brito Fotografia

Revolvi gavetas e segredos. Apanhei estradas de estranhos. Colei papeis que o vento levava. Contei histórias. Início. Nos mares da saudade perdi-me. O tempo levou-me a sanidade. Prometi, pensei que conhecia. Ficou a mágoa do passado. Meio. Voltar ao abrigo. Sentir no inicio a solidão que nos mata no fim. Vontade do tempo parar. Querer-te. Cessar. Pequena fui eu quando cresci. Cada vez mais. Partículas de pó que ficaram no que nos fragmenta. Mergulho no vazio. Buscar o que não existe para apenas criar. Vácuo no pensamento. Ar sufocante no coração. Indecisão de existir onde se habita. Viver do que nos prende. Soltar do que nos insiste. Comprar o destino. Voar para morrer um dia ... do inicio ao ...
... Fim!

terça-feira, janeiro 09, 2007

We were ... and we will


We were just half friends
Occupying the light
Sometimes Brighton Beach
Sometimes half awake
I thought we shared this song
Till I heard you give the line
To another girl with a sparkle in her eyes
Why can't you go find yourself
And make me want to know you
Why can't you go find yourself
And make me want to show you
Oh, I listen to your stories
I smile when you take a break
But the dark is working overtime
Can you just see me melt
What are we thinking here
Pretending we're so close
Think we're something special
Well I'm giving up the ghost

... you've become the only thing that matters!

Quando não chegou para sermos melhores...

Quando a criança em nós não chegou para crescermos ...
Um dia daremos de caras com nós mesmos na rua da infância!
... e a vergonha nos consumirá por termos chegado no final do tempo!

My only ... lonelly

I can't run anymore,
I fall before you,
Here I am,
I have nothing left,
Though I've tried to forget,
You're all that I am,
Take me home,
I'm through fighting it,
Broken,Lifeless,I give up,
You're my only strength,
Without you,I can't go on,
Anymore,Ever again.
My only hope,(All the times I've tried)
My only peace,(To walk away from you)
My only joy,My only strength,(I fall into your abounding grace)
My only power,My only life,(And love is where I am)
My only love.I can't run anymore,
I give myself to you,
I'm sorry,I'm sorry,
In all my bitterness, I ignored,
All that's real and true,
All I need is you,
When night falls on me,
I'll not close my eyes,
I'm too alive,
And you're too strong,
I can't lie anymore,
I fall down before you,
I'm sorry,I'm sorry.
My only love. Constantly ignoring,
The pain consuming me,
But this time it's cut too deep,
I'll never stray again.
My only hope,(All the times I've tried)
My only peace,(To walk away from you)My only joy,
My only strength,(I fall into your abounding grace)
My only power,My only life,(And love is where I am)
My only love,My only hope,(All the times I've tried)
My only peace,(To walk away from you)My only joy,
My only strength,(I fall into your abounding grace)
My only power,My only life,(And love is where I am)
My only love.

My only you ...

sábado, janeiro 06, 2007

Amor Divino

"[...] Tocada por uma experiência excepcional do Espiríto Divino, que, na sua perplexidade, interroga: «Porquê a mim, que nunca acreditei nessas coisas; porquê agora, que já tinha tudo tão arrumado na minha vida?» Só me ocorre a pergunta, algo inesperada nestas circunstâncias e que ouvi uma vez a uma paciente com uma doença grave: «Porque não a mim?». Porque aí também buscava um sentido.
Intuí que as experiências de vida lhe ensinam o que aprende nesta trajectória entre o céu e a terra, isto é, a lidar com as nossas emoções e pensamentos e também com as dos outros. É a aprendizagem da impermanência das coisas e pessoas, do desapego, do perdão (a si e aos outros), que não há os bons e os maus e a luta entre eles, mas que a luta se faz dentro de nós. Como fazer essa aprendizagem pode quase resumir-se a manter ao longo da vida algumas características que identificamos como o ser criança (autenticidade, curiosidade, espiríto de brincadeira), juntando-lhe a responsabilidade do adulto. Em resumo, que o Amor (em sentido lato) é a arte de prolongar o efémero, que é esse estado absoluto, mas não eterno, ao nível humano. [...]
Como se a vida nos proporcionasse o que «precisamos ou merecemos» para sermos mais e melhores, como se fosse esse o sentido que liga as experiências de vida. Como se uma nova definição de espiritualidade (dimensão humana) pudesse ser a consciência de que tudo está ligado por um sentido que nos ultrapassa e que nos leva a tornarmo-nos anjos cínzeos. Estes seriam o grau mais refinado de humanos, cuja matéria, simbolicamente, seria cinza (ainda mundo material, necessário como humano), produto de múltiplas «queimas»
O mundo material que nos vem parar ás mãos, bem como os talentos com que somos brindados, deveria ser «de algum modo lançado no universo de onde proveio». Trata-se também de fazermos o nosso melhor, da nossa responsabilidade, para que o que habitualmente se designa por destino se revele, pois ao ser «levada(o) pelas sementes do melhor em mim mesma(o) toco os meus próprios limites». « Auto-estima não é narcisimo», «Porque somos atraídos por pessoas que nos magoam?» e «Nós é que atraímos o que nos acontece». Na realidade é muito díficil encontrar um amor em que apeteça, espontaneamente, dizer, brotando da boca, «Amo-te», em que esta palavra traduza a ternura e o desejo simultâneos e intrisecamente ligados. Mais díficil ainda seria encontrar o amor divino sentido pelos místicos, cuja possível «marca» de entrega seria pronunciar «faz de mim o que quiseres», pois existe a paz e a alegria de se saber aceite tal e qual como se é.
Ao «dar o melhor de nós mesmos» a alguém é já amar verdadeiramente e não simplesmente apreciar a companhia de alguém, pois seria «olhá-lo tal como é, independetemente do lugar que ocupa no mundo, da forma como orienta a sua vida e do facto de nos ser útil seja em que campo for». Não existe exigência nem «obrigação de renunciar a algo ou alguém e cada um pode usufruir do outro pura e simplesmente pelo que ele é, sem qualquer sentimento de posse ou competição e sentimentos de ciúme que eventualmente surjam são logo resolvidos com sensatez». Seria o Amor vivido sem a tão temida perda de liberdade no compromisso (livremente desejado e aceite) com alguém, tal como «irmãos de sexo oposto ligados por um sentimento de consanguidade», simulacro e antecipação das relações do futuro e do Amor Divino."
... E porque hoje me sinto sozinha
... e da minha solidão sou egoísta.

sexta-feira, janeiro 05, 2007

...

Só a consciencia de que é apenas por um tempo que se mantém seja o que for nos ajuda a largar o que acaba!

quinta-feira, janeiro 04, 2007

Fio do mundo ...

« ... quero um fio que me conduza ao centro da vida e trazer ao de cima tudo o que existe lá dentro, quero o coração do mundo, quero o que mora no interior do interior, transformar em letras o que não tem letra nenhuma ... »

António Lobo Antunes

Mar meu ...

"Quem quer passar além do Bojador, Tem de passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu, Mas nele é que espelhou o céu."
Fernando Pessoa
Donde vem toda a lágrima salgada deste rio que verdades e mentiras esconde?
De percursos e caminhos delineados em movimentos traçados por gaivotas;
De pendulo da vida que me leva no rio e esconde as memórias do pensamento.
Ao mar e ao rio dediquei muitas das minhas saudades daqueles que da vida partiram e que da minha levaram.
A saudade ao mar português que nos alimenta a alma e nos afunda o desejo em ninfas de mistério.
Tágide! ... Oh Tágide que me percorre o corpo e pela qual eu espero sempre em lugares distantes.
Tomaste-me a inocência pela primeira vez quando olhei para ti ... não importa!!
Eu sou Tua .... foi aqui que nasci.

Meu Tejo ... Minha Lisboa

quarta-feira, janeiro 03, 2007


A beleza é rude!

Mas, verdade, chorei demasiado! As auroras são dolorosas