segunda-feira, abril 09, 2007

Identidade do Verniz Pessoal

MULHERES. Muitas crónicas foram escritas por elas e para elas, por eles para eles, mas sobre elas. Muitas reportagens, inquéritos, questionários, planos da dieta à beleza. A Cosmo, a Vogue, a Elle, agora a Happy ou a Sad, não sei. E no fundo, com tanta directriz a mulher não se encontrou a si própria. As setas apontam o caminho, Lancôme, Vichy, Carolina Herrera, Yves Saint Laurent, Channel,… and so on. A mulher persegue os caminhos, os homens não percebem a necessidade de tantos sapatos, dos cremes, do cabelo, das malas. O homem critica, a falta de paciência consome-o, mas é porque é demasiado obtuso para perceber que essa necessidade da mulher está no desejo de ser “a mulher” para ele. A que se sujeita a identidade da mulher senão à doença constante de querer agradar o homem? Atinge-nos onde nos dói mais, a nossa auto-estima não ser proporcional ao nosso verniz, à nossa capa protectora, à derme, ao que nos envolve, ao que os outros vêem. Ser o que não somos para sermos maiores, sempre foi a maior utopia da mulher. A força débil interior perante dúvidas de quem somos?! Estamos onde não pertencemos, só para darem por nós. Somos mais frágeis que a luz da noite a desaparecer entre as nuvens e tentamos sempre brilhar mais para não nos apagarmos da nossa existência. Tudo acaba onde deveria ter começado: em nós. A verdade é que o padrão de beleza ditado pela sociedade é um factor essencial para se controlar a sexualidade da mulher.
Esta visão determina que a sexualidade seja distorcida e entendida como ornamental, observável em vez das qualidades que emanam de um contexto da vida da mulher e como esta se relaciona com ela mesma, com as pessoas e com o mundo.
A sexualidade desta forma é removida do mundo privado para o público, para o domínio de massa, tornando a sexualidade concreta e externa, portanto vulnerável a inspecção, definição, monitorização social e controle. Este controle na verdade fere a identidade feminina que são confrontadas com a forma, peso, altura e estética do corpo que possui e o que a média determina ser sexual ou sensual. A imagem da mulher bela e jovem é resultado de um critério puramente individual, e interpessoal que sustenta e em níveis sistemático, mantém a opressão de género.


Porque metade de mim é o que grito, mas a outra metade é silêncio.
Porque metade de mim é o que ouço, mas a outra metade é o que calo.
Que essa minha vontade de ir embora se transforme na calma e na paz que eu mereço.E que essa tensão que me corrói por dentro seja um dia recompensada.
Que não seja preciso mais que uma simples alegria para me fazer aquietar o espirito.E que o teu silêncio me fale cada vez mais.
E que a minha loucura seja perdoada … Porque metade de mim é amor … e a outra metade … também.

Adoro ser tua a ser minha.

2 comentários:

Jujú Hadlich disse...

Olá ao dono deste site, poderia me dizer quem é o autor deste fragmento?
"...Porque metade de mim é amor… e a outra metade… também." Aqui está uma frase do fragmento.
Gostaria de saber quem é o verdadeiro autor deste fragmento todo.
Parabéns pelo blog!!
Beijos!!!

Raquel Fernandes disse...

O autor é Oswaldo Montenegro ;)
Obrigada pela visita! vai passando ...